No interior e na capital, há opções - algumas, gratuitas - que ajudam a explicar o movimento de planetas, as galáxias e outras curiosidades


Admirar em detalhes as crateras da lua, os anéis de Saturno, as luas de Júpiter e as constelações com um telescópio encanta crianças e adultos nas sessões de observação noturna, especialmente no interior de São Paulo, longe das luzes paulistanas. O curioso é que planejar o passeio depende da própria lua.

A fase ideal para observá-la com é o quarto crescente; e não na cheia – tem muita luz e pode atrapalhar a visão de detalhes do relevo lunar. A minguante também é indicada; o problema é que ela nasce a partir da meia-noite, quando os observatórios estão fechados. A lua nova é perfeita para ver muitas estrelas, galáxias e até mesmo nebulosas.

Amparo
Quem visita o Polo Astronômico tem a chance de usar o maior telescópio do Estado. É também o maior aberto para visitação pública no País. O projeto do telescópio é do astrônomo responsável pelo local Carlos Mariano. Além do planetário com a simulação do céu do dia da visita, tem a observação a olho nu e com os telescópios menores, em espaço aberto.

Distante 15 km de Amparo, em uma área rural, fica a cerca de 1.000 metros de altitude e tem condições ideais para observação por estar longe do Centro. As sessões (R$ 40) ocorrem aos sábados. Durante o dia, o Polo Astronômico tem ainda a observação solar com filtros especiais – não faça a observação do sol a olho nu com telescópio simples em casa –, possibilitando a visão da superfície do sol e as manchas solares

No caso da observação noturna, a recomendação do astrônomo Carlos Mariano é que os interessados entrem em contato pelo WhatsApp (19-99295-9586) para se informar sobre a expectativa de céu aberto na visita e agendar o passeio.

Campinas
O Museu Aberto de Astronomia (Maas) fica no Parque Pico das Cabras, que tem trilhas e lugares ideais para acompanhar o pôr do sol na região -- fica a 1.080 metros de altitude. Também tem sessão no planetário e observação a olho nu e com telescópio. A visita inclui ainda a sala do radiotelescópio, que monitora frequências do universo, como sons de planetas e pulsos de estrelas por meio das antenas.

A entrada (R$ 85) inclui tanto a observação do sol e quanto a noturna na mesma visita. O Maas abre aos sábados e domingos, e os ingressos podem ser comprados pela internet. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (19-99482-0901) ou pelo e-mail informacoes@picodascabras.com.br.

São Carlos
No observatório Dietrich Schiel, da USP, o telescópio principal é o mesmo que foi usado para ver o cometa Halley em 1986. Quem faz a visita tem uma aula sobre os movimentos do planeta Terra e sobre as fases da lua, além de uma exposição sobre raios cósmicos -- o legal é usar os óculos de realidade virtual com simulação em 3D de um campo com centenas de telescópios que fica no Chile.

André Luiz da Silva, astrônomo do observatório, explica que por estar no centro da cidade, é indicado para ver grandes corpos celestes, e não as galáxias e nebulosas. "O céu aqui não é muito estrelado. O que nós queremos aqui é fazer com que as pessoas olhem em um telescópio pela primeira vez. Muita gente que vem aqui não tem ideia de como é um planeta ou até mesmo a superfície da lua", conta o astrônomo.

No fim da visita, se o tempo estiver aberto, é feita a observação com os telescópios menores. A visitação ocorre aos finais de semana e é gratuita, sem necessidade de reserva.

Valinhos
A USP tem outro observatório em Valinhos, o Observatório Abrahão de Moraes. As visitas também são gratuitas, mas dependem de agendamento pelo telefone (19-3856-5400) ou pela internet. As sessões são feitas nas sextas, sábados e domingos de lua crescente. O ideal é acompanhar a agenda pelo site ou Facebook, e a recomendação é fazer a reserva com duas semanas de antecedência. Como está fora do centro, distante da iluminação de Valinhos, aqui é possível observar as constelaçoes e nebulosas, além da lua e de planetas.

Brotas
Por estar localizada em uma área famosa pelo ecoturismo e pela natureza, a Fundação Centro de Estudos do Universo (CEU) tem excelentes condições para observação noturna. Além da cúpula com telescópio para observação, tem um planetário digital com programação diversas apresentações com temas estrelares. A entrada custa R$ 70 – o lugar tem outras atrações, como a réplica de um esqueleto de dinossauro em escala real, a réplica do monumento britânico de Stonehenge, e uma caverna subterrânea cenográfica. Mas, para fazer a sessão de observação noturna, é preciso agendar a visita.

Se as condições de visibilidade não forem adequadas, a Fundação CEU dá um voucher para que o visitante volte para fazer a observação noturna em outro dia sem custo extra ou prazo de validade. A atividade é feita aos sábados e feriados. O professor Roque Magalhães, físico da instituição, é o responsável por acompanhar algumas visitas e por atualizar, no site, os dias que terão lua ou quais corpos celestes estarão visíveis.

"Em fevereiro, será possível ver Urano e alguns aglomerados e nebulosas, como o aglomerado globular 47 Tucanae, o aglomerado Plêiades e a nebulosa de Órion", diz Magalhães.

Como ver estrelas dentro de São Paulo
Na capital paulista, os planetários do Ibirapuera, do Parque do Carmo e a USP fazem sessões gratuitas com os telescópios. É só ficar de olho na programação nos sites e aparecer na hora do evento. Tudo é acompanhado de monitores, que auxiliam na observação (diurna e noturna) de corpos celestes maiores.

No Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Cientec), que fica na zona sul, próximo ao zoológico de São Paulo, as visitas são gratuitas e não dependem de agendamento no caso de pequenos grupos. Com mais de cinco pessoas, o ideal é avisar pelo e-mail agendaparque@usp.br ou pelo telefone (11-5077-6312).
As atividades também dependem de boas condições meteorológicas para acontecer. Se o tempo ajudar, o Ibirapuera terá sessão na próxima quinta-feira (6), e o Parque do Carmo no sábado (8).

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